Foi batizado num momento de iluminação. Nunca um nome foi tão acertado. Se a intenção fosse aliar nome e comportamento, dificilmente a alcunha seria mais perfeita: Dengoso. Ele era apenas uma bolinha de pêlo. Feio. Era muito feio. Como disse no texto anterior, quando pequenos, ele e seu irmão gêmeo couberam em uma única palma de minha mão. Frágeis e fracos. Tinham sido abandonados muito pequenos, e a veterinária teve que tomar cuidados especiais. Dentro de casa, eles brincavam bastante. Isso tranquilizou a todos que, no início, estavam relutantes sobre a possibilidade de sobrevivência dos filhotinhos.
Na dúvida sobre os nomes que deveriam ser dados, este foi o que apareceu. Minha mãe que achou que ele "tinha cara de dengoso". Aceitei o nome, talvez uma estratégia política para que aceitassem o que eu tinha escolhido para o outro. Mas a história do outro ainda está para ser contada, então não entrarei em detalhes.
No fim, nada foi mais justo. Os filhotes cresceram e o Dengoso se tornou o gato mais carinhoso. Quem chega em casa pode ver a atitude dele. Ele vem correndo em sua direção e sobe em nossas pernas para pedir agrado. Dependendo de nossa proximidade, sobe no sofá e esfrega a própria cabeça em nossas mãos para sentir um afago, mesmo que naquele instante não tenhamos a intenção. Quando alguém toma banho, vai até a área de serviço e sobe no parapeito da janela basculante para miar e chamar a atenção. Dependura-se na janela e tenta olhar o outro lado, o que já lhe causou uma queda para o outro lado e um enorme susto.
Suspeitamos que ele e o irmão sejam cruzamento de gato persa com siamês. Dengoso ficou com algumas características do persa. O rabo peludo, por exemplo. Quando pequeno, seu rosto era bem redondo, mas ao crescer perdeu essa característica. Mas o rabo está cada vez mais peludo. O resto do corpo lembra bastante o de um siamês.
Dos quatro gatos, é o mais frágil de todos. Tanto que seus "irmãos" abusam. Comem seus bigodes, o que o torna cada vez mais molenga (pois, como é conhecido, o gato perde parte do equilíbrio sem seus bigodes). Mas isso não o assusta. Sempre está a enfrentar os outros em lutinhas. Mete os dentes no pescoço de um, agarra e puxa o cangote do outro. Encara-os nos olhos. Sempre como brincadeira. Nenhum deles nunca brigou seriamente.
Adora ser jogado para o alto. Parece uma criança. Não age que nem um gato normal. Jogue um gato para o alto e o verá se contorcer para retomar o centro de gravidade e cair com as quatro patas. Dengoso voa mole e cai mole. Sorte que esses humanos o pegam no ar.
A gente pode fazer o que quiser com ele. Toda brincadeira é alegria. Chegou até a parecer um bichinho de pelúcia quando fiz a maldade de apertá-lo no peito e ele apenas soltou um mio baixo. Não esperneou, não reclamou. Não me deu a dentada que eu merecia. Enfim, Dengoso é um gato de bom coração.
5 comentários:
Felizes são aqueles que conhecem o Dengoso. É o gato-esquilo da casa. Vez ou outra, sai correndo pela casa, com o rabo empinado por cima do corpo, a imitar sua cara-metade, o esquilo.
Como os outros gatos da gente, tem personalidade própria de... Dengoso.
haaaaa q fofo!!! se esse é o Dengoso o outro é o Zangado? ou o Dunga? são 7? nossa que piadinha mais sem graça...bjooooooo
Que gotôso!!!!!
bjs
Vé
Hugo, meu caro!
Adorei a descrição do Dengoso. Ele realmente é muito bonzinho. Se meu dono me jogasse pelo alto, sem meus bigodes, eu bem que daria um arranhão! hahaha
Abraçosssss!
...esse Dengoso é dengoso mesmo, ele ficou uma misturinha interessante...ehehe..bj.
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