domingo, 18 de novembro de 2007

Volei: Será que acharam um caminho para nos derrotar?

Eu, como todo brasileiro, posso dizer que não tive muitas oportunidades de ver a seleção brasileira masculina de volei perder alguma jogo sob a direção de Bernardinho. Lembro da derrota sofrida contra a Venezuela no Pan-americano de Santo Domingo. Porém, quando derrotados pelos venezuelanos, era nítido que a derrota ocorrera por ocasião, devido a uma péssima demonstração de nosso time e pela excepcional atuação de dois jogadores do adversário.

Hoje foi diferente. Início de torneio sempre é um pouco complicado, mas a seleção entrou no ritmo, jogou com a mesma técnica de sempre. Competiu os dois primeiros sets com a mesma qualidade que estamos acostumados a acompanhar. Porém, o adversário na estréia da Copa do Mundo era os Estados Unidos. Esta seleção já havia chamado minha atenção em uma das competições deste ano (não estou certo se foi na Liga ou se foi no Pan do Rio, ou se foi nas duas). Para quem esteve acostumado a desconsiderar a seleção americana nos últimos anos devido aos maus resultados, eu havia me surpreendido com o crescimento de sua qualidade.

A seleção americana, do início ao fim, sacou muito forte. Muito forte mesmo. E o Brasil correspondeu com a qualidade de sua recepção. Por isso digo que o Brasil não atuou mal. Seus fundamentos funcionaram muito bem. Mas a seleção dos Estados Unidos foi melhor! Se olharmos os números do jogo, talvez o diferencial tenha sido mesmo o saque, não apenas pelo excelente aproveitamento americano, mas também por não ter sido tão eficiente do lado tupiniquim.

Os dois primeiros sets foram emocionantes. Terminaram 28x26, 30x28. Neste último, tamanha era a confiança dos americanos na qualidade de seu serviço que, mesmo tendo um set point contra, o ponteiro Stanley sacou muito forte e foi recompensado com a virada em última hora do placar deste set e a vitória no mesmo. A torcida no estádio japonês de Matsumoto estava claramente a favor dos brasileiros (enfim, eram os campeões mundiais, da Liga.... da Olimpíada). Mas aos poucos os americanos 'ganharam' a torcida e tudo ficou equilibrado. O terceiro set foi ruim para nossa seleção. Caiu sua produção e o set fechou em 25x20 para os americanos.

Mas não há demérito para nossa seleção. Continua a melhor seleção do mundo. Não sejamos como normalmente somos, que na primeira derrota começamos a questionar o trabalho. Simplesmente a outra seleção foi melhor do que a nossa. Jogaram com muita raça, muita tática e muita técnica.

Cabe agora duas questões, uma já esboçada no título:
1) Será que encontraram o caminho para derrotar nossa seleção? Claro que encontraram. Mas não foi hoje. Já encontraram faz tempo. Muita força de saque, conseqüente quebra de passe, bloqueio efetivo e velocidade de ataque. Todos já sabem isso, mas não é algo fácil de fazer. Hoje a seleção americana conseguiu e saiu de quadra com uma vitória mais que merecida;
2) Algo que já penso há um tempo e, se alguém quiser me ajudar, gostaria de colocar em pauta: será que não está na hora de aumentar a altura da rede oficial de volei? Há muito tempo que penso isso, pois a facilidade que os jogadores profissionais têm em sacar e atacar tornou-se covarde, com pancadas muito fortes que diminuíram a possibilidade de "rallis" durante os jogos. Eles acontecem, mas são numa quantidade muito pequena. São jogos com aces, muito bloqueio e, principalmente, pontos de bola cravada na quadra adversária. O desenvolvimento da preparação física na última década possibilita este aumento na altura da rede sem que caia a qualidade dos jogos.

É isso aí! Força Brasil!!! Três vagas para a Olimpíada em jogo!!!

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