terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Devaneios da vida

Blogueiro Convidado: Walter W. Harris
Contato: http://walterwharris.blogspot.com e wwharris@gmail.com

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Deve haver algum motivo para que estejamos aqui na Terra. Não é possível que seres racionais que somos — e, às vezes, irracionais também — apenas nasçam, cresçam e morram.

Há um enorme leque de indagações, afirmações e conjecturas sobre a vida, feitas por filósofos, sociólogos e outros pensadores, membros de nosso clã, o do Homo sapiens.

A futilidade de uma existência, as incertezas do amanhã e a tanatofobia induzem o ser humano à procura de uma explicação supersticiosa para sua presença neste mundo cruel e perverso onde, se o indivíduo for fraco ou frágil, será pisoteado como a um inseto rastejante.

A origem das religiões, sejam elas cognominadas pagãs, sejam elas monoteísta cristã, ou não, deve-se justamente a esta ansiedade de se tentar explicar o inexplicável, o ilógico. Mesmo porque, jamais alguém retornou da vida pós-morte, se é que ela existe, apesar das inúmeras afirmações mediúnicas a respeito.

É certeza inabalável que a vida é conturbada pela noção da morte. Sem ela, a vida não tem sentido. Por isso, em todos os caminhos da vida, observamos pessoas dedicadas e abnegadas para com o próximo, muito embora haja sempre forças contrárias para tornar a própria existência intolerável.

O que mais faz a vida sustentável, suportável e razoável, é a família.

Pode-se observar que, ao se estudar o comportamento no reino animal, há uma agressividade maior entre animais que vivem isolados e sozinhos, e não grupalmente. É verdade que há grupos que também são violentos, no entanto, em geral, agem assim com o intuito de se proteger.

É, também, assim, entre os humanos. O recurso da violência, quando em família, é, igualmente, para defender a mesma, quando se sente ameaçada.

O anseio de se formar uma família é inerente, e torna-se plenamente justificado, psicologicamente, diante do exposto, pois o conjunto é mais forte para defender-se das agruras externas e da própria morte, que sempre necessita ser adiada.

Aliás, o conceito de família pode perfeitamente se estender para organizações, cidades e países, formando-se, deste modo, meios de fortalecimento em sua própria defesa e, no frigir dos ovos, do combate à morte.

Em conclusão, a morte é inexorável. Não pode haver vida sem que haja o término de uma existência. A vida é curta. É única. Precisa ser vivida em toda sua plenitude, com motivação, com direção, e com a percepção de que se chegará ao fim, algum dia...

Um comentário:

Thais disse...

Eu queria que chegasse um dia em que não existisse esse desejo de proteção e instinto de sobrevivência, e que todas as pessoas pudessem viver como se fossem uma família única, infelizmente isso é utópico, e vivemos com medo e ariscos com o que não conhecemos e quem não conhecemos.